Marketing Shots: líderes apontam as tendências para 2024

Adaptação pode ser um boa palavra para definir o que vem pela frente em 2024? Não dá para negar que 2023 foi o ano de muitas mudanças, como, por exemplo, comprar mídia ficou mais caro, tem ainda o fato de que branding foi um assunto em muitos grupos, sem contar que os times de marketing tiveram que fazer mais com menos budget. 

Inteligência Artificial (IA) entrou com tudo, já é uma realidade e promete acelerar a produção dos times e aumentar a eficiência na área de marketing. 

Para ajudar a equilibrar a balança entre inovação e consistência, foi criado o Marketing Shots. O estudo foi realizado pela Faster, em parceria com Maestro, Purple Metrics, GLA e Ramper, e traz depoimentos dos principais líderes de marketing do Brasil sobre vertentes como branding, Growth, CRM, comunidade e influencers. 

Veja alguns destaques para ficar no radar das marcas neste ano. 

Branding

Julia Resende, Branding & Design Manager do Itaú, acredita que este ano há dois movimentos acontecendo: um positivo, outro não.

Do lado positivo ela comenta que as marcas que usam, pensam e co-criam com inteligência artificial (e se posicionam assim) vão ganhar mais destaque e relevância. Já do lado negativo, é que 2024 pode ser considerado como o ano do ESG-washing (o greenwashing reposicionado).

“O que permanece, ou deveria permanecer, é o básico da teoria de marketing. Vejo que muitas pessoas buscam fontes alternativas de conhecimento – um curso rápido, um influenciador na rede social -, mas se esquecem de olhar para teorias importantes de grandes nomes do marketing estratégico, como Kotler e Aaker. Enxergo essa fontes de conhecimento como complementares. A base da estratégia está lá, seja de posicionamento, seja de gestão de portfólio de marcas. Essas teorias ainda têm sua relevância”, aponta Julia Resende.

Já Ricardo Bezerra, CCo da Tátil Design, aposta na contínua busca pela originalidade das marcas: “Não como um movimento oportunista para se diferenciar em um mercado cada vez mais volátil e competitivo. Mas, como resultado de um processo de reconhecimento das suas competências naturais. Uma marca só consegue ser original na medida que for capaz de potencializar as suas origens. Ou seja, buscar o futuro sempre alinhado com o passado”. 

Community & Influencers

Já se perguntou como a IA pode ser usada pelos creators? Pedro Alvim, Diretor de redes sociais e economia criativa do Magalu, destacou que a inteligência artificial vai pôr fim a barreira linguística nos conteúdos com dublagem e tradução automatizadas, trazendo novas perspectivas para criadores, publishers e marcas, globalmente. 

Uma das chaves de sucesso dos creator é a autonomia na forma de criar. Um exemplo é o UGC (user generated content), que tem ganhado força na mão dos criadores de conteúdo. “É o momento dos influenciadores menores, que têm uma audiência que os escuta como um amigo, um conselheiro. O desafio estará na hora de escalar a audiência sem perder sem perder o nível de engajmento”, disse Heloise Pires, Gerente de Marketing da Fluency Academy. 

E por falar em engajamento, Lucas Pereira, Head of Community & Innovation da Gaules, percebe que nos últimos anos houve uma mudança do gerenciamento de comunidades, no qual plataformas querem cada vez mais que isso se torne um hábito. “As marcas precisam cada vez mais dessa comunidade engajada para promoverem seus serviços e seus produtos com efetividade. E os criadores de conteúdo que sabem gerenciar bem sua comunidade se destacam e prosperam.” 

Leia também:
Top 10 marcas mais engajadas no YouTube Brasil
Creator economy: 81,4% dos creators ganham dinheiro com seu trabalho

Growth

“Para 2024 acredito que o Growth estará cada vez mais pulverizado em todas as áreas da empresa, ainda que seguindo uma estratégia unificada”, comenta Nathalia Cavalieri, General Manager da Hotmart. Para ela, os esforços de aquisição continuam concentrados em vendas e marketing, mas a fidelização será responsabilidade de todos e fundamental para o crescimento do negócio. 

“No mercado de produtos digitais, por exemplo, identificamos no estudo hotmart Insights que boas taxas de recompra chegam a 20%. Além disso, o cliente que compra uma vez gera em média, 2,2  vezes mais valor em vendas, comparados aos clientes de compra única”, revela Nathalia Cavalieri no estudo do Marketing Shots. 

A General Manager da Hotmart ainda considera que collabs estratégicos com outras empresas e influenciadores, no lugar de Publis, serão cada vez mais comuns na busca por conversas e trocas com a audiência. 

Na visão de Vinicius Goromar, Diretor de Growth da Creditas, 2024 será o ano de consolidar o uso de dados proprietários como estratégia, integrar e orquestrar áreas em busca de maior eficiência. “Busca por rentabilidade se mantém, definitivamente. Os times de marketing precisam cada vez mais entender as partes mais ao fundo do funil e entender como cada estratégia e ação pode impactar no negócio e na rentabilidade.”  

Já João Gonçalvez, CEO da JoGo, separou três tendências para Growth em 2024: crescimento na utilização de creators e influenciadores, retail media e necessidade de métricas mais claras em marketing, que suportem uma melhor avaliação de ROI. 

Saiba mais:
9 estratégias e promoções para atrair clientes 
Difícil não é crescer, difícil é crescer sustentavelmente

CRM

Para Ian Kraskoff, Founder & CEO da Cloudhumans, 2024 vai ser o ano em que o CX deixa de ser suporte e vira relacionamento, marketing, produto, vendas. “Antes, falar com o cliente era custo (e um custo caro). Por isso, víamos algumas bizarrices como esconder o ‘fale conosco’ e criar labirintos pra gente desistir de contatar além de dar respostas lentas e meia boca”. 

Como tendência para CRM este ano, Marcos Caringi, Head de Growth da Globo, aponta o First-Party Growth. “O Google desligou os cookies, como vamos sobreviver? Aqui a resposta é utilizar cada vez mais seus dados proprietários para analisar, conhecer e reconhecer cada vez mais seus clientes e existe uma área que é (ou deveria) ser 100% versada nesse comportamento do lciente: o CRM”. 

Resumo  

No geral, podemos perceber no estudo Markting Shots que a IA se consolida como uma ferramenta de marketing em 2024, sendo usada não apenas em novos softwares, mas também em aplicações existentes. Isso aumentará a competição e a importância de personalizações e profissionais capacitados para lidar com a inteligência artificial.

Em um mundo dominado por algoritmos, é crucial oferecer uma experiência humana e agradável ao consumidor. Além disso, é necessário uma maior sinergia entre as áreas estratégicas das marcas para conectar planos de mídia e estratégias. 

Confira aqui o estudo completo do Marketing Shots. 

Curtiu o conteúdo? Aproveite para conhecer nosso Instagram e Linkedin para ficar por dentro de outras novidades no mundo do marketing.