Páscoa 2024: o dilema entre o ovo e a barra de chocolate

Já estamos quase na Páscoa 2024 e as parreiras com ovos de chocolate povoam os supermercados pelo Brasil. Com as mais variadas marcas e sabores, o consumidor encontra algo um tanto quanto amargo: o preço médio por quilo de chocolate em fevereiro de 2024 é maior do que os preços registrados no mesmo mês do ano passado. A barra de chocolate teve incremento de 11%, chocolates e bombons 10,7% e ovos de páscoa 1,8%.

Com todo esse aumento, teve até polêmica: a Americanas sugeriu usar FGTS para comprar ovo de Páscoa. O assunto caiu nas redes sociais e, em menos de 24 horas, o post original já tinha mais de 1,6 milhão de visualizações e milhares de interações.

Veja aqui o post.

Mas precisa mesmo ser ovo de Páscoa ou serve outro chocolatinho?

Segundo pesquisa do Opinion Box, 80% dos consumidores de chocolate pretendem comprar algum produto pensando na Páscoa. Opções mais baratas, como as caixas de bombom, ainda são populares, mas o Ovo é o protagonista da Páscoa em 2024.

De acordo com o estudo “Consumo de chocolate e Páscoa 2024”, os ovos de páscoa são os favoritos para 60% dos entrevistados, seguido por barras (40%), caixas de bombom (37%) e trufas (22%).

As marcas consolidadas no mercado devem alavancar as vendas no período uma vez que 76% tem essa preferência e apenas 37% investem em ovos de fabricação caseira ou artesanal. 

Leia também:
O contraste dos hábitos digitais em cada geração

Sabe quanto as pessoas vão gastar na Páscoa 2024? 

A maioria dos entrevistados (40%) pretende desembolsar entre R$ 51 e R$ 100; outros 31% vão fazer compras de até R$ 50, já 21% vai gastar entre R$ 101 e R$ 200. 

Valor	Percentual
Até R$ 50	31%
Entre R$ 51 e R$ 100	40%
Entre R$ 101 e R$ 200	21%
Mais de R$ 200	8%

Fonte: Opinion Box

Em razão do preço, 59% já deixou de comprar Ovos de Páscoa, enquanto 48% concordam que mesmo sendo mais baratas, barras de chocolate não substituem Ovos de Páscoa. E sabia que para 32% que o que vem dentro do Ovo de Páscoa é mais interessante do que o próprio chocolate?

No geral, o comércio brasileiro espera um faturamento total de R$ 3,44 bilhões em vendas relacionadas à Páscoa. Isso representa um crescimento de 4,5% na comparação com o ano passado, já descontada a inflação. 

A projeção é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e abrange itens característicos como chocolate, bacalhau e vinhos.

Segundo a CNC, as compras externas de chocolate devem alcançar 3,35 mil toneladas, avanço de 21,4% em relação a 2023. Já o bacalhau deve ter um crescimento mais significativo, 61,9%.

Por dentro da inflação do chocolate

Você já deve ter percebido o aumento no preço dos chocolates não só para essa Páscoa, mas principalmente desde o último ano. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e da Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês), indicam que a alta do preço da commodity agrícola foi de 75% em janeiro deste ano ante o mesmo mês do ano passado.

O motivo está na lei da oferta e da demanda. O mundo tem demandado maiores de quantidades de chcocolate ao passo que as últimas mudanças e eventos climáticos na África Ocidental, região dos principais países produtores, impactaram negativamente as safras globais, reduzindo a produção e elevando os preços. 

Outro fator que contribuiu para essa elevação dos preços é a pressão por práticas agrícolas mais responsáveis e certificações de comércio justo. 

Segundo o ICCO, o Brasil ocupa apenas o sexto lugar na produção de cacau mundial. Ou seja, para alimentar a indústria do chocolate brasileira, a fruta é importada. Quase 100% do cacau que chega ao Brasil é proveniente da Costa do Marfim (com 80,84% das exportações) e de Gana (com 19,12%). 

E aí, com base nesses dados, qual será sua escolha para a Páscoa?

Continue acompanhando o blog para ficar por dentro de outros temas e não se esqueça de seguir nossas redes sociais: Instagram e Linkedin.