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COP 28: como o acordo de Dubai vai impactar sua marca

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“Não existe ESG sem colaboração. E isso é uma grande vantagem competitiva para as empresas”. 

Dilma Campos

Por Dilma Campos Publicado em 15 de janeiro de 2024

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A COP 28 encerrou em 13 de dezembro, um dia depois do previsto, mas o tempo necessário para que os 200 países com representantes no evento pudessem assinar o texto final do Consenso dos Emirados Árabes Unidos, aprovado por unanimidade. O compromisso final estabelece que é necessário buscar alternativas aos combustíveis fósseis para que possamos alcançar a neutralidade climática em 2050 e manter o aquecimento global em até 1,50 C.

Apesar das críticas em relação à falta de compromissos e ações efetivas mais claras para essa transição energética, o texto final representou um importante acordo político rumo à inevitável transição energética global nos próximos anos. Vejo como de certa forma simbólico, e uma quebra de paradigmas, o fato desse acordo ter sido assinado na edição da COP 28 em Dubai, no Oriente Médio, região que reúne as maiores reservas de petróleo do mundo. A última vez que esse tema foi discutido foi há 31 anos, na Eco-92. 

Como esse acordo se conecta às práticas ESG das empresas? Qual é seu impacto para os negócios?

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Embora as discussões da COP de uma maneira geral girem em torno dos compromissos dos governos em relação às metas ambientais e sociais, é natural que estes compromissos virem leis e metas a serem compartilhadas com as empresas e a sociedade nos próximos anos.

É inegável que os mercados globais vão começar a impor restrições a empresas que não cumprirem determinados requisitos sustentáveis em sua operação. Olhando para o mercado interno, a pressão da sociedade e dos clientes por marcas sustentáveis e regenerativas, que já é real, ficará cada vez mais imperativa. A mesma pressão virá dos acionistas, que buscam nas práticas ESG mitigar riscos para o negócio.

Minha grande provocação para as marcas é a seguinte: é melhor esperar a imposição da lei para fazer as mudanças necessárias – como a transição para o uso de energias limpas, a compensação de carbono e a criação de uma governança que estabeleça as regras, processos e práticas de gestão corporativa que respeitem boas práticas ESG – ou é muito melhor se antecipar e aproveitar as oportunidades desse momento?

Em 2025, o Brasil sediará a COP 30, em Belém, e todos os olhos estarão voltados para o país. As empresas que já tiverem trilhado uma jornada rumo ao ESG poderão abraçar as melhores oportunidades desse evento. 

Uma jornada colaborativa

É importante ressaltar que a consolidação da agenda ESG nas empresas passa pela atuação conjunta de todos os stakeholders envolvidos na organização, com os mais diversos perfis e áreas de atuação. E a melhor forma de fazer isso é de forma colaborativa: unindo as visões de agentes do mercado tradicional e novos players da economia regenerativa.

Não existe ESG sem colaboração. E isso é uma grande vantagem competitiva para as empresas. 

O encerramento da COP 28 mostrou que a economia global exige um novo modelo de negócios, que encontre um ponto de equilíbrio entre os resultados financeiros e a regeneração. Não é um ou outro, ou um em detrimento do outro. Apesar de ser visto como difícil, esse ponto de equilíbrio é essencial para o ESG, porque é ele quem vai dar sustentabilidade para o negócio. 

Abraçar a jornada ESG é muito mais do que só a coisa certa a se fazer. É a única alternativa viável. Não adianta ter um negócio, se não houver um mundo amanhã. 

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