Para construir estratégias de crescimento mais assertivas, é preciso somar a inteligência cultural e a inteligência dos dados.
Para construção de marcas fortes, as empresas sabem que é fundamental conhecer as pessoas. Isto é, colocar o cliente no centro do negócio para então criar uma conexão com seu produto ou serviço. O uso de dados auxilia na hora de construir estratégias mais assertivas, mas não é o bastante. Os dados nem sempre traduzem a cultura e comportamento de cada pessoa. Não dá para saber quais são suas necessidades, hábitos e interesses. E como crescer assim olhando a cultura e comportamento?
Se por um lado há uma quantidade absurda de dados disponíveis, Kika Brandão, Head da Estúdio Eixo, aponta que as marcas ainda não conseguem usar tanto os dados que possuem dentro de casa, como uma leitura mais profunda, quanto elas acreditam que aquilo é uma verdade absoluta.
“Para entender de gente, entender do consumidor, não é necessariamente apenas ler dados. Muitas vezes os dados mostram para gente o que está acontecendo e onde está acontecendo, mas eles não trazem pra gente ‘os porquês e os comos’, e é nesse ‘porquê’ nesse ‘como’ que a gente se interessa,” explica Kika.
Como alternativa, a especialista da Estúdio Eixo avalia que é preciso sempre se aprofundar, ouvir, compreender e somar essa inteligência cultural, a inteligência dos dados, para conseguir realmente construir estratégias de crescimento mais assertivas.
Um simples exemplo pode ser o dado sobre consumo de produtos para cabelo. No Nordeste, as mulheres usam mais produtos para cabelo pelo fato de muitas delas terem cabelos com curvatura. Ter o dado na mão não significa necessariamente saber o ritual que essa mulher faz com o cabelo, as etapas que ela percorre, o tipo de cuidado que ela tem, o tipo de benefício que ela busca.
Rompendo as barreiras desse Brasil
Assim como o território, o mercado brasileiro é amplo, porém, a Head da Estúdio Eixo considera que existe uma visão homogênea de que todo mundo é igual e dessa forma a marca não consegue ver essas nuances, que muitas vezes são as barreiras de crescimento regional.
“Acredito que é sempre muito importante a gente entender o comportamento, a gente se aprofundar nesses hábitos. E como as regiões são muito diferentes, a gente de alguma maneira ouve muito ‘a minha marca vende para AB 18-34’. Para 18-34 é muita coisa e muita gente dentro dessa fala.”
Na visão de Kika, a saída seria olhar para um crescimento mais estruturado com investimento de recursos que também são feitos a partir de confirmações de hipóteses e não só do achismo. Portanto, não dá para crescer sem entender as pessoas. Crescimento demanda cultura, demanda entender a realidade de cada um para saber como vender de forma assertiva.
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